sábado, 4 de fevereiro de 2012

O dia da notícia...

Era dia 22 de setembro, uma quinta feira. Tinha consulta de pré natal e pela 1° vez fui sozinha. Tinha engordado 2,5kg.. a médica ficou super feliz, pois eu estava engordando muito pouco. No meio da ultra, as últimas palavras de alegria que a Dra disse foi: Nanã, olha o rostinho dela....
Dps disso um silêncio indescritível tomou conta do consultório por alguns minutos. A expressão de que algo estava errado estava estampada na cara da Dra. Foi então que ela me perguntou se eu lembrava que ela havia dito que a Gabriela seria pequena, claro que eu lembrava disso... Mas ela me disse que agora ela estava muito menor do que era pra estar, eu estava com 32 semanas e ela com tamanho e peso pra 28 semanas. Pelo ultrassom da dra. ela estava pesando 1150kg. Ainda podia ser constitucional, mesmo assim ela queria um ultrassom com doppler pra saber como estava as arterias uterinas e umbilical. Marquei o exame para o mesmo dia, e lá tive a péssima notícia de que a artéria do cordão estava alterada, não estava passando sangue por ela, por isso essa Restrição de Crescimento Intra Uterino (RCIU).Já nesse exame deu o peso de 1280kg. Até então, eu sabia que havia alguma coisa errada, mas na minha cabeça, eu teria de fazer um respouso ainda maior, uma dieta mais calórica, ou até algum medicamento. Era o mais grave que eu podia imaginar. Fui para a casa super nervosa, e ansiosa pra saber o que minha médica ia me dizer. No outro dia cedo, pedi pra minha mãe ligar pra ela e enfim veio a resposta. A secretária da minha médica me ligou e pediu pra que eu fosse no consultório acompanhada.
Até então, acho que vocês perceberam que quase não falei do Lucas. A verdade é que como eu já disse ele não queria filhos, aceitou a gravidez, mas não compartilhou muita coisa, ficava sempre na dele, acompanhando beeem de fora, como se só eu fosse ter um bebê.
Como eu já sabia disso, disse que levaria minha tia comigo, mas quando ele percebeu que era algo sério, disse que iria comigo e naquele momento pude me sentir segura de verdade.
Chegamos no consultório e lá ficamos sabendo da verdade. A minha pequena Gabriela estava prestes a entrar em sofrimento fetal, pois o pouco de sangue que ia pra ela, abastecia os orgãos vitais, deixando de lado os outros, o que poderia causar danos irreversíveis pra ela. Fui encaminhada  para a sta casa de Ibitinga, para poder aguardar uma vaga em um hospital que tivesse UTI Neo Natal, pois teria de ser feito uma cesárea de emergêcia e com certeza minha pequena precisaria de maiores cuidados.
Saí do consultório arrasada, consegui ligar pro meu pai e imediatamente lembrei do que tinha falado no dia da discussão com minha vó, e em seguida pedi perdão pra Deus...
Em casa, arrumei algumas coisas, umas roupas minhas e apenas um pacote de fraldas RN, pois era só o que ela usaria na UTI. Na sta casa, fiz outro exame, tudo do mesmo jeito, eu precisava ganhar tempo pras injeções de corticóide fazer efeito. O pulmão dela não estava preparado para a respiração. Não cheguei ficar nem 2 horas lá e já fui transferida para a Sta casa de Araraquara. Nunca vou me esquecer a imagem que vi quando cheguei na porta da ambulância.
O Lucas estava lá, com uma mala na mão e lágrima nos olhos, nunca tinha visto ele tão nervoso, tão transtornado. Minhas tias Edna e Dirce se despediram de mim e nós fomos pra araraquara. O Lucas foi junto.... Foi muita risada no caminho quando ele abriu a mala e eu descobri que ele tinha levado até biquíni, além de meias(em pleno calor do final de setembro) e calcinha fio dental... Sim!!! Ele fez isso. Lembro que até a enfermeira riu quando se deu conta de que eu não aproveitaria nada do que ele tinha levado pra mim... ainda bem que eu já tinha arrumado umas coisinhas de 1° necessidade, o que faltou eu mandei um sms pra ele e ele levou no dia seguinte.
Esse foi o dia em que eu tive a certeza de que tinha feito a escolha certa. Minha filha teria um bom pai e eu um ótimo companheiro. Ele tentava o tempo todo me acalmar, quuando quem na verdade estava realmente nervoso era ele, eu estava calma, no fundo não acreditava que esse parto realmente seria feito, sabe, achava que as coisas iam mudar, que lá teria outro diagnóstico. Nossa despedia foi tensa, parecia um sonho acabando.. Longe de casa, com pessoas estranhas, totalmente sozinha, e sem certeza nenhuma.

3 comentários:

  1. Olá querida fiquei abismada como a sua estória parece com a minha, é praticamente a mesma estória, porém associada com um diagnostico de pré-eclampsia, e o nascimento pré-maturo de um menino o Arthur Miguel, vivendo 20 dias em uma UTI neonatal, o nascimento pré-maturo dele também foi por conta de uma anormalidade no cordão umbilical e sofrimento fetal. Você teve algum problema com pressão??? O que os médicos dissem em relação a tudo o que aconteceu com vc tô perdida se você puder me ajudar a dor é imensa mas a vontade de ter outro perneiam meu coração.

    que muito manter contato com você bjs

    annapaula_prof@hotmail.com

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    1. Oi Ana Paula... já te add no msn, ms respondendo aqui também.... Não tive problema nenhum com a pressão... fiz essa semana uns exames relacionados a trombofilia, mas mesmo assim minha GO acha que foi uma insuficiencia placentaria... mas te add no msn, lá eu te explico tudo direitinho...
      Sinto muito pelo Arthur.... logo Deus vai nos abençoar com outro bebezinho...
      beijos..

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  2. Nanã como vc eu tb tive o mesmo problema,Centralização Fetal, e também logo após uma discursão.
    Minha filha estava com 29 semanas e na ultra parecia 27, tive que fazer uma cesárea de emergência, minha pequena era linda e toda formadinha, pena que só viveu comigo e o pai por 5 dias, foram os melhores dias da minha vida. Ela nasceu dia 11/05/2012 e voltou para Deus dia 16/05/2012.
    Ela Brônquio aspirou leite.
    Só vou poder tentar engravidar em novembro, não que quero colocar outro bebê no lugar da minha filha, pois o lugar dela é insubstituível.
    Só que para nós que somos escolhidas por Deus para gerarmos anjos, sentimos um vazio muito grande por não tê-los em nossas mãos.
    Sei que é uma dor para qualquer mãe independente de ser primeiro ou segundo filho mas para a gente que é o primeiro filho parece que é pior, parece que o amor pelo bebê ficou preso.
    Logo,logo vc vai estar com seu bebê nos braços, e um conselho:
    Desculpe a expressão "Caga e anda para os outros" não vale a pena a gente esquentar as nossas cabeças por nada. Vamos pensar só nos nossos babys.

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